quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

acre




Sei do sentimento de si porque é mais forte que
o cheiro de cada passo, do espaço de cada sorte
sei da morte que percorre o raio
e do raio que queima o sal da minha boca
sei até de mais, demasiadas vezes
penso em pequenas coisas e em afazeres diários
e nunca mais me esqueço do diáfano provérbio
do pequeno canto que se ouve aos cisnes
do grasnar dos gansos em onomatopeias
sei do dividendo que me tenho
do amor perfeito que acompanho
sei que não me apanho e que vislumbro as agonias
que é em pavores eternos sãos e não serenos
que da minha boca sai o hálito da vida
sei dos arrebaldes do meu coração
do cheiro são, avinagrado das memórias
dos tais ruídos familiares
ecoando entre os tépidos caminhos
que se avizinham e se tragam aos meus passos
sei do sentimento de si
dos eternos pergaminhos que me aconchegam
das promessas vazias e do eterno bailoçar
da minha mente, o mar demente erradicou

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