domingo, 21 de outubro de 2007

por vezes sinto...


... enorme vontade de continuar sentada naquele banco de jardim, sozinha, perdida na imensa avenida deserta, túmulo das primeiras folhas que a nova estação fez cair. Quis deixar-me adormecer pela noite, que chegava com um negro profundo e reconfortante, e desejei que se apoderasse de mim como fez com tudo o resto. Já nem o rio escapava à sua força, a água perdeu o brilho, o prateado que o sol lhe dava. Tornou-se escura e opaca, acompanhando a noite que a possuía.
Inexplicável imagem essa, em que tudo se converte a uma cor só, o negro. Cor solitária mas destemida que retira à alma tudo o que a preenche, deixando-a livre, calma e serena... já nada me preocupa, me desassossega...entreguei-me à escuridão e adormeci em paz.

Sem comentários: