quarta-feira, 7 de abril de 2010

about eyes




Comentários lacónicos balbuciados entre dentes, mal são ouvidos.
E os olhos julgam o desconhecido, pela necessidade racional da classificação do mistério... não se contentam em apenas ver. Talvez essa falha justifique a falta de tacto em relação ao mundo. A ideia que se compreende aquilo que se vê é falha, até mesmo estúpida. Olhos são como gatos, traiçoeiros, capazes de ludibriar seu próprio dono, ou quem quer que ouse desvendá-los. Eles mesmos possuem seus próprios mistérios, alguns irreveláveis. Mas tratam de desvelar os véus alheios, com a tola pretensão de poder entender, conhecer, julgar.

Com os olhos eu vejo... com todo o resto, observo. E é quando fecho os olhos que consigo realmente sentir o mundo ao meu redor. Só observo além do óbvio quando estou absorta na cegueira, quando a claridade dá espaço às trevas, quando a alma voa.
Quando estou cega sou toda sentidos.

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