quinta-feira, 26 de julho de 2007

personal drama

Parei, por uns tempos parei, como sempre faço por uns tempos... ainda não tive coragem de recomeçar. Aquilo que era uma breve pausa para pensar, tornou-se uma condição, não que isso se reflicta neste pensamento, para esse existem ainda os abstractos devaneios esquecidos num dossier mais ou menos organizado de acordo com o esquecimento... Mas nos meus verdadeiros dias sinto-lhe a ausência (a lack of creativity) e sinto-me desesperar como um poeta em crise. A letra não é a mesma porém a escrita soa igualmente dura, perdida no mesmo desespero atrás das palavras que vivem dentro de mim e serão ditas por outras mãos e bocas antes que eu mesma as consiga pronunciar. Vivo, uma vez mais, entre o desespero e a apatia e convenço-me que isso talvez seja por estar calor... não sei já há quanto tempo a pousei sobre o móvel, lembro-me apenas do cuidado que tive em não a guardar e limpar-lhe o pó de vez em quando, por vezes sinto-me em negação da sua própria morte (ou direi minha?) mas continuo com a leve esperança de voltar a escrever (brevemente?!). Já me devia ter aprendido e saber que nem a minha própria morte me mata. Não sei por onde recomeçar, se quero recomeçar ou quando recomeçar mas talvez devesse comprar uns rolos para auto incentivação. Já os poetas talvez devam comprar blocos e canetas (sempre gostei do que está por escrever e uma vez escrito sempre gostei da ideia de irreversível, mas contradigo-me e apagar-me-ei inúmeras vezes antes de escrever a caneta sobre a película).

1 comentário:

MoiMêMê disse...

Para mim não há sensação como a de abrir um caderno em branco, cheirar-lhe as páginas e fazer o primeiro traço, às vezes não tenho nada para escrever, mas não há sensação como essa...
Parar, ou pausar... mas o que interessa mesmo não é curtir o que se faz? Não é para isso que temos hobbies?